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Factos e Acontecimentos
16 de Maio de 2011
Furnas dos Mouros
Primitivamente pertencente à freguesia do Estreito de Câmara de Lobos, com a criação, em 1996, da freguesia do Jardim da Serra, a Furneira acabaria por ficar repartido por estas duas freguesias. A existência de várias furnas na localidade, algumas das quais, segundo a tradição, teriam servido de habitação a mouros, que para ali se vieram fixar, sendo outras utilizadas para a recolha de animais, apresentando as destinadas a habitação características diferentes das destinadas a animais. Relativamente aos mouros, apesar de não existirem documentos que comprovem a sua presença na localidade, a verdade é que as pessoas mais idosos, com base em informações que lhe foram transmitidas oralmente por seus pais e avós, que por sua vez, as haviam recebido da mesma forma, afirmam peremptoriamente, a sua presença chegando até ao pormenor de identificar alguns dos habitantes deste e de sítios limítrofes, como seus descendentes. Para além de, nalguns casos, apresentarem alguns discretos traços fisionómicos similares aos habitantes do Norte de África, a estas famílias encontram-se associadas comportamentos reveladores de alguma agressividade e que, são suficientes para que a generalidade da população, que os conhece, mantenha alguns cuidados no seu relacionamento com eles e, só à boca pequena, se atrevam a tecer comentários sobre as suas origens. Ainda que não se saiba ao certo a origem da comunidade tida como moura e acreditando-se como certa, desde tempos remotos, a sua presença, nesta localidade, é possível admitir que ela se tivesse constituído a partir de escravos que foragidos do povoado, ali se refugiaram. A presença, junto das furnas, de infra-estruturas destinadas à conservação de alguns produtos utilizados na sua alimentação é outra das provas de que estas terão em tempos sido utilizadas como habitação. Aliás, a presença de mouros nesta região é ainda atestada pela toponímia, que chamou de banda de Mouro a um lugar, próximo da Furneira, no sítio do Pomar Novo e onde, uma lenda diz ali existir uma mina de ouro e estar acorrentada e encantada uma moura, cujo desencanto constitui a chave para a acessibilidade ao tesouro. Este lugar é referenciado pela existência de uma um talude de cor amarelo ouro, donde brota água proveniente de uma nascente ai localizada. Segundo a lenda, para desencantar a moura e ter acesso ao tesouro, que ela guarda, é necessário cumprir escrupulosamente um ritual que consiste em lá ir um dia à meia-noite, provido de um gato ou galinha preta, de uma garrafa de aguardente, ler uma determinada passagem do livro de São Cipriano e cavar 7 palmos ou 7 passos distante da nascente, em direcção a poente. Contudo, apesar de já várias tentativas terem sido efectuadas, para desencantar a moura, tal ainda hoje não aconteceu, talvez porque o tesouro e a moura encantada não passem mesmo de uma lenda, ou porque o ritual não foi escrupulosamente cumprido . Por Manuel Pedro Freitas |
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